segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O super-herói engraçadinho

Deadpool gosta de uma graça
Tudo o que eu mais desejo neste momento é que o DVD de "Deadpool" seja lançado com vídeos extras mostrando como os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick, os "verdadeiros heróis" nas palavras deles, escreveram o roteiro do filme. Pois eles não estavam nem um pouco puros para fazer o que fizeram. 

"Deadpool" é o filme baseado em quadrinhos mais escrachado da história. Nem "Guardiões da Galáxia" ou o primeiro filme dos "Vingadores" apostou tanto no humor quanto neste trabalho sobre este anti-herói que não tem papas na língua e se precisar matar, esquartejar ou arrancar cabeças fará isso de boa e sem remorso. 

Sim, o filme é engraçado é tem várias referências e citações que podem ser a outros filmes ou a personalidades reais. Isso inclui até o Ryan Reynolds, astro de uma fracassada versão do Lanterna Verde que é lembrada em dois momentos do filme. Fique também até o fim para ver Deadpool (Ryan Reynolds) numa impagável cena que lembra "Curtindo a vida adoidado" (1986). Por falar em Reynolds, aliás, ele incorporou muito bem o espírito do Deadpool. 

Por outro lado, são tantas piadas que sua maior qualidade também é seu defeito. Por vezes, "Deadpool" parece um conjunto de piadas com um fiapo de história no meio. Quando poderia haver mais equilíbrio entre o humor e a história. São piadas em escala industrial de fazer inveja aos Trapalhões. 

Mas é impossível não se divertir com o filme que desde já é candidato a ser o mais pop de 2016. Principalmente se você viu os outros filmes de quadrinhos (principalmente os dos X-Men e do Wolverine). Pois o personagem principal faz uma série de referências, sacaneia geral e pega o Colossus para Cristo. 

O gigante russo, aliás, está maravilhosamente mala como sempre foi com seu discurso de heroísmo, honra que Deadpool trata como blá-blá-blá e punhetação. 

"Deadpool" é um filme de origem. Conta como Wade Wilson, um ex-militar que agora é uma espécie de mercenário se transformou naquilo após um experimento com genes mutantes. Vaidoso que só ele, o herói resolve se vingar de Francis, o vilãozão que não sente dor por tê-lo deixado com uma aparência, digamos, que não lembra muito o Hugh Jackman. 

É claro que para isso, ele vai ter que matar muitos bad guys e ouvir os discursos do Colossus. Pobre Deadpool.

Além disso, ele precisará reconquistar a Morena Baccarin. Ou melhor, a prostituta Vanessa, que ele abandonou quando recebeu o diagnóstico de câncer terminal e saiu de casa para um tratamento experimental sinistro com uma gente estranha e esquisita. Pelo menos ele ficou imortal e ainda se regenera como uma lagartixa. 


"Deadpool" é uma diversão despretensiosa. Compre a pipoca, o refrigerante e sente diante da teia do cinema para dar risadas. É claro que o personagem merece um segundo filme. Principalmente porque ele disse que o Cable vai aparecer. Enquanto a parte 2 não vem, a corneta vai dar um sorridente 6,5 para "Deadpool".

Nenhum comentário: