quarta-feira, 4 de maio de 2016

O melhor filme de super-heróis

Esse povo não se entende
Dia 1º de março é um dia especial. Eu sei que ainda estamos longe, mas não podemos esquecer desta data. Isso porque neste dia será o aniversário de Zack Snyder. Quando a data chegar, em 2017, todos nós devíamos enviar um DVD de presente para Zack. O DVD de "Capitão América: Guerra Civil" para que ele reaprenda a fazer filmes de super-heróis bem feitos, com bons atores, bons roteiros e, vejam só, até bem editados! Pois "Guerra Civil" não é nada parecido com aquela aberração chamada "Batman vs Superman". Zack, a Corneta não esquecerá de você.

O que dizer sobre Guerra Civil? Para resumir é um filme simplesmente MA-RA-VI-LHO-SO. Tem ação, tem drama, tem bom humor (a participação do Homem-Aranha é impagável), tem um novo personagem maneiro (desde já estou ansioso pelo filme do Pantera Negra), tem um excelente vilão (O que Daniel Brühl fez pelo Barão Zemo deve ter feito o Jesse Eisenberg sentar no meio fio e chorar lágrimas de esguicho pelo seu patético Lex Luthor) e tem uma história, amigos, pois sem uma história não há efeito especial e piadinhas que deem jeito.

Embora tenha o nome do Oh Captain, My Captain América no título, "Guerra Civil" nada mais é do que um novo filme dos Vingadores. Nele, os novos Vingadores - Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), Falcão (Anthony Mackie), Viúva Negra (Scarlett Maravilhosa Casa Comigo Johansson) e o Capitão América (Chris Evans) - estão numa ação perto do reino de Wakanda, na África, para impedir um camarada qualquer de fazer besteira e explodir o mundo. Só que a missão dá muito errada e o planeta começa a questionar a independência dos Vingadores de agir por aí sem um chefe, um comando de alguma organização como a ONU, por exemplo.

Afinal, lembremos que ao salvar o mundo os Vingadores destruíram Nova York, Washington e Segóvia. Ou seja, a moral deles com muitos líderes do planeta não está alta.

Eis que surge o Tratado de Segóvia, um documento assinado por 117 países afirmando que os Vingadores só podem agir sob ordem das Nações Unidas. Como o mundo tem 200 nações, eu fiquei curioso para saber quem não assinou e qual a posição do Brasil nessa disputa. Mas continuemos.

O tratado deve ser assinado por todos os heróis. É aí que surge o problema. O Homem de Ferro (Robert Downey Jr) acha que esse IMPEACHMENT do poder dos Vingadores é a melhor opção para todos. Assina o contrato, trabalha com o futuro governo, negocia cargos, indica futuros ministros, adianta que o Henrique Meirelles vai cuidar da Fazenda...

Por trás disso tudo, ele sente uma culpa pela morte de inocentes. Principalmente um garoto brilhante que a gente nem viu morrer em "Vingadores 2".

Só que o Capitão América não concorda com isso não. Ele vira para as nações do mundo e diz: "Isso é GOLPE! Eu não vou assinar nada!". E argumenta que os Vingadores não podem ficar à mercê dos políticos, pois eles poderiam fazê-los trabalhar em missões nada republicanas se colocarem os heróis nas rédeas curtas, mas bem maleáveis da lei.

Capitão América é aquariano, gente, ele precisa de liberdade. Afinal, ele é o Sentinela da Liberdade. Por isso, o Capitão se recusa a assinar e vai lutar até o fim pela verdade e pelo que é certo. Sim, às vezes é irritante como o Capitão América é perfeito e um exemplo para o mundo. Mas eu queria ser como ele.

Por trás disso tudo, porém, tem um debate ético sobre os limites do poder e quem deve controlá-los, que leis devem regê-los e qual a melhor forma de usar estes "poderes" para o bem da coletividade. Afinal, grandes poderes trazem grandes responsabilidades. Quem está pronto para assumi-las?

Chega de chatice filosófico-sociológica. Voltemos ao foco. No meio disso tudo, o rei de Wakanda morre num atentado em Viena e todos acham que é culpa do Soldado Invernal (Sebastian Stan). Afinal, ele sempre fica desequilibrado quando ouve aquela combinação de palavras do tipo "Saudade", "Tapioca", "Meu benzinho", "contra filé com palmito".

Está tudo confuso, está tudo uma zona. O Pantera Negra (Chadwick Boseman) e sua armadura de vibranium (que máximo!), quer vingança, o Capitão quer a verdade (sempre um escoteiro), o Homem de Ferro quer que a lei seja seguida e estatizar os Vingadores, e o Visão (Paul Bettany), bem o Visão não está conseguindo raciocinar direito porque começa a sentir uma coisa que androides supostamente não conseguem: amor. Eu percebi, meu caro. Esse negócio de fazer a comida favorita da garota é mais velho que andar pra frente. Mas acho que a Feiticeira não se tocou ainda.

E quando a voz da razão está pifando, a única coisa que se pode fazer é lutar. Tal qual um Axl Rose, o Capitão América ainda chega para o Homem de Ferro e diz: "I don't need your civil war". Mas não tem jeito.

É quando os heróis se dividem em dois grupos. No canto direito, pesando 150kg e vestindo uma armadura maneira está o Homem de Ferro e seus amigos Viúva Negra, Máquina de Combate (Don Cheadle), Homem-Aranha (Tom Holland), Pantera Negra e Visão. No canto esquerdo, pesando 100kg e o escudo que todos nós queríamos ter está o Capitão América, o Gavião Arqueiro (Jeremy Renner), Homem-Formiga (Paul Rudd), Falcão, Soldado Invernal e Feiticeira Escarlate.

O ringue é um aeroporto em Berlim e nele temos várias sequências de ação excelentes. Aliás, "Guerra Civil" tem várias cenas de briga muito bem feitas e divertidas. Obrigado, Anthony e Joe Russo. Vocês já tinham feito um excelente trabalho em "Capitão América 2: o soldado invernal" (2014) e fico feliz em saber que vocês tomaram as rédeas dos próximos filmes dos Vingadores, "Guerra Infinita". Vocês são os irmãos Coen dos quadrinhos.

O comitê da corneta não tem o que criticar em "Guerra Civil". Não sem ser um chato, pedante e cri-cri. Por isso, cometerá um crime pela segunda vez em sua história. "Capitão América: Guerra Civil" vai ganhar uma nota 10. Chora, Zack Snyder.


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